Resumo
O objetivo desse trabalho é avaliar os componentes que explicam a variação da população em idade de trabalho no Brasil, entre 2000 e 2022. A diversidade regional brasileira, em vários aspectos, se traduz em uma variedade de níveis de fecundidade, mortalidade e migração. Essa diversidade promove diferentes interações entre transição de estrutura etária e perdas ou ganhos de população em idade de rabalho entre as unidades da federação. O presente estudo realizou uma decomposição da variação da população em idade de trabalho em efeitos de mortalidade, de reposição de coortes e de migração, nos períodos de 2000 a 2010 e de 2010 a 2022, por sexo e para cada unidade da federação. Os resultados mostram aumento do efeito da mortalidade e redução do efeito da reposição das cortes ao longo do tempo, além de novas formas espaciais da migração no Brasil.
Referências
Baeninger, R. (2008). Rotatividade migratória: Um novo olhar para as migrações no século XXI. In Anais do XVI Encontro Nacional
de Estudos Populacionais. ABEP. https://proceedings.science/encontro-abep?lang=pt-br
Baeninger, R. (2012). Migrações internas no Brasil no século 21: Entre o local e o global. In Anais do XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP. https://proceedings.science/encontro-abep?lang=pt-br
Bloom, D. E. e Freeman, R. B. (1988). Economic development and the timing and components of population growth. Journal of Policy Modeling, 10(1), 57-82. https://doi.org/10.1016/0161-8938(88)90035-X
Bloom, D., Canning, D. e Sevilla, J. (2003). The demographic dividend: A new perspective on the economic consequences of population
change. Rand Corporation. https://doi.org/10.7249/MR1274
Brito, F. (2000). Brasil, final de século: A transição para um novo padrão migratório. In Anais do XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP. https://proceedings.science/encontro-abep?lang=pt-br
Brito, F. (2009). As migrações internas no Brasil: Um ensaio sobre os desafios recentes. In Anais do VI Encontro Nacional sobre Migrações. ABEP. https://files.alapop.org/congreso5/files/pdf/alap_2012_final770.pdf
Brito, F. (2015). A transição para um novo padrão migratório no Brasil. (Textos para Discussão, n. 526). UFMG/Cedeplar. https://www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/td/TD%20526.pdf
Carvalho, J. A. M. e Wong, L. (1999). Demographic and socioeconomic implications of the rapid fertility decline in Brazil: A window of opportunity. In G. Martine, M. Gupta e L. Chen (Eds.), Reproductive change in India and Brazil (pp. 208-239). Oxford University.
Carvalho, J. A. M. (1982). Migrações internas: Mensuração direta e indireta. Revista Brasileira de Estatística, 43(171), 549-583.
Carvalho, J. A. M. (2001). Para onde iremos: Algumas tendências populacionais no século XXI. Revista Brasileira de Estudos de População, 18(1/2), 7-13. https://rebep.org.br/revista/article/download/339/pdf_319
Caswell, H. (2001). Matrix population models: Construction, analysis, and interpretation (2. Ed.). Sinauer Associates, Inc.
Caswell, H. (2019). Sensitivity analysis: Matrix methods in demography and ecology. Springer Nature. https://doi.org/10.1007/978-3-030-10534-1
Craveiro, D., Oliveira, I. T., Gomes, M. S., Malheiros, J., Moreira, M. J. G. e Peixoto, J. (2019). Back to replacement migration: A new
European perspective applying the prospective-age concept. Demographic Research, 40, 1323-1344. https://doi.org/10.4054/DemRes.2019.40.45
De Beer, J. A. A., Van Der Erf, R. F. e Huisman, C. C. (2012). The growth of the working age population: Differences between rural and urban regions across Europe. (NEUJOBS Final Draft WP D.8.1). Netherlands Interdisciplinary Demographic Institute. https://pure.knaw.nl/portal/en/publications/the-growth-of-the-working-age-population-differences-between-rura.
Drobnjaković, M., Panić, M., Kanazir, V. K. e Javor, V. (2022). Spatial aspects of labor force formation: The interrelation of cohort turnover and net migration in Serbia. Eurasian Geography and Economics, 63(4), 543-559. https://doi.org/10.1080/15387216.2022.2052136
Fernandes, F., Gonçalves, G. Q. e Santos, R. (2016). Padrão espacial por municípios das variações de fecundidade e mortalidade no Brasil entre 1991 e 2000 e entre 2000 e 2010. In Anais do VII Congreso de la Asociación Latinoamericana de Población e XX Encontro
Nacional de Estudos Populacionais (pp. 870-868). ALAP/ABEP. https://proceedings.science/encontro-abep?lang=pt-br
Fihel, A., Janicka, A. e Kloc-Nowak, W. (2018). The direct and indirect impact of international migration on the population
ageing process: A formal analysis and its application to Poland. Demographic Research, 38, 1303-1338. https://doi.org/10.4054/DemRes.2018.38.43
Ghio, D., Gourjon, A. e Natale, F. (2022). Assessing the demographic impact of migration on the working-age population across European territories. Demographic Research, 46, 261-272. https://doi.org/10.4054/DemRes.2022.46.9
Ghio, D., Natale, F. e Goujon, A. (2021). Demographic changes in labour force supply: Cohort turnover versus net migration effects. In
A. Goujon, C. Jacobs-Crisioni, F. Natale e C. Lavalle (Eds.), The demographic landscape of EU Territories: Challenges and opportunities
in diversely ageing regions (pp. 31-43). Publications Office of the European Union. https://publications.jrc.ec.europa.eu/repository/bitstream/JRC123046/the_demographic_landscape_of_eu_territories_final_online.pdf
Gonçalves, G. Q., Santos, R. O., Wong, L. R. e Carvalho, J. A. M. de. (2023). Fertility transition in Brazilian municipalities: An exploratory
analysis of cross-sectional data in 1991, 2000 and 2010. Revista Latinoamericana de Población, 17, e202219. https://doi.org/10.31406/relap2023.v17.e202219
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2000). Censo Brasileiro de 2000. IBGE. www.ibge.gov.br
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Censo Brasileiro de 2010. IBGE. www.ibge.gov.br
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2022). Censo Brasileiro de 2022. IBGE. www.ibge.gov.br
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2023). Bases cartográficas contínuas – Brasil: 1:250.000, versão 2023. IBGE. www.ibge.gov.br
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2024). Projeções da população: Brasil e unidades da federação – revisão 2024. IBGE.
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecao-da-populacao.html
Kashnitsky, I., De Beer, J. e Van Wissen, L. (2017). Decomposition of regional convergence in population aging across Europe. Genus,
, 1-25. https://doi.org/10.1186/s41118-017-0018-2
Kasprowicz, P. e Rhyne, E. (2013). Looking through the demographic window: Implications for financial inclusion. (Publication 18). Centre for Financial Inclusion. https://www.centerforfinancialinclusion.org/wp-content/uploads/2024/02/looking_through_the_demographic_window.pdf
Kitagawa, E. M. (1955). Components of a difference between two rates. Journal of the American Statistical Association, 50(272), 1168-1194. https://doi.org/10.1080/01621459.1955.10501299
Knodel, J., Chayovan, N. e Siriboon, S. (1992). The impact of fertility decline on familial support for the elderly: An illustration from Thailand. Population and Development Review, 18(1), 79-103. https://doi.org/10.2307/1971860
Lee, R. e Mason, A. (2006). What is the demographic dividend? Finance and Development, 43(3), 16-17. https://www.elibrary.imf.org/downloadpdf/journals/022/0043/003/article-A007-en.pdf
Matos, R. E. S. (2002). A contribuição dos imigrantes em áreas de desconcentração demográfica do Brasil contemporâneo. Revista Brasileira de Estudos de População, 19(1), 49-72. https://www.rebep.org.br/revista/article/view/330
Melo, B. G. e Rios-Neto, E. (2020). The effect of education on the demographic dividend: An analysis of the Brazilian case. Revista Brasileira de Estudos de População, 37, e0119. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0119
Plane, D. A. (1987). The geographic components of change in a migration system. Geographical Analysis, 19(4), 283-299. https://doi.org/10.1111/j.1538-4632.1987.tb00131.x
Prskawetz, A., Zagablia, B., Fent, T. e Skirbekk, V. (2005). Decomposing the change in labour force indicators over time. Demographic
Research, 13, 163-188. https://doi.org/10.4054/DemRes.2005.13.7
Queiroz, B. L., Turra, C. M. (2010). Window of opportunity: Socioeconomic consequences of demographic changes in Brazil. NTA. https://ntaccounts.org/doc/repository/QT2010.pdf
Rogers, A. e Castro, L. (1981). Model migration schedules. (Research Report RR-81-30). International Institute for Applied Systems Analysis. https://pure.iiasa.ac.at/id/eprint/1543/7/RR-81-030.pdf
Rusu, A. B. (2022). The contribution of migration to population ageing in Romania (1977-2019). [Tese de Doutorado em Demografia,
Universidade Federal de Minas Gerais]. Repositório UFMG: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/48766
Santos, M. (1985). Espaço e método. Nobel.
Santos, R. O. (2019). Transições do curso de vida e padrão etário da migração interna no Brasil: O que os dados de período podem nos
contar? [Tese de Doutorado em Demografia, Universidade Federal de Minas Gerais]. Repositório da UFMG: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/32524
Santos, R. O. e Barbieri, A. F. (2019). Funções modelo de migração: Limites e aplicações. Revista Brasileira de Estudos de População, 36,
e0101. https://doi.org/10.20947/S0102-3098a0101
Santos, R. O. e Gonçalves, G. Q. (2018). Métodos para estimação da subenumeração do grupo etário de 0 a 4 anos no Censo
Demográfico brasileiro de 2000. Revista Brasileira de Estudos de População, 35, e0061. https://doi.org/10.20947/s102-3098a0061
Santos, R. O. (2018). Limites e aplicações do modelo Rogers-Castro. In Anais do XXI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. ABEP. https://proceedings.science/encontro-abep?lang=pt-br
Santos, R. O. e Gonçalves, G. (2023). Regionalização da transição de fecundidade no Brasil em 1991, 2000 e 2010. Revista de Geografia, 13(1), 48-62. https://doi.org/10.34019/2236-837X.2023.v13.39497
United Nations (2004). World population to 2300. United Nations Population Division. https://www.un.org/development/desa/pd/sites/www.un.org.development.desa.pd/files/files/documents/2020/Jan/un_2002_world_population_to_2300.pdf
United Nations (2005). United Nations expert group meeting on social and economic implications of changing population age structures. United Nations. https://www.un.org/development/desa/pd/events/expert-group-meeting-social-and-economic-implication-changing-population-age-structures
United Nations, Department of Economic and Social Affairs (2022). World population prospect 2022. United Nations. https://population.un.org/wpp/
United Nations, Department of Economic and Social Affairs (2024). World population prospect 2024. United Nations. https://population.un.org/wpp/
United Nations, Population Division (2000). Replacement migration: Is it a solution to declining and ageing populations? United Nations. https://www.un.org/development/desa/pd/sites/www.un.org.development.desa.pd/files/unpd-egm_200010_un_2001_replacementmigration.pdf
Van Der Gaag, N. e De Beer, J. (2015). From demographic dividend to demographic burden: The impact of population ageing on
economic growth in Europe. Tijdschrift voor Economische en Sociale Geografie, 106(1), 94-109. https://doi.org/10.1111/tesg.12104
Vaupel, J. W. (1992). Analysis of population changes and differences: Methods for demographers, statisticians, biologists, epidemiologists, and reliability engineers [Paper presentation]. PAA Annual Meeting, Denver, Colorado.
Vaupel, J. W. e Canudas-Romo, V. (2002). Decomposing demographic change into direct vs. compositional components. Demographic
Research, 7, 1-14. https://doi.org/10.4054/DemRes.2002.7.1
Véron, J., Pennec, S., Légaré, J. e Lee, R. D. (2007). Demographic change, welfare, and intergenerational transfers: A global overview.
Springer Netherlands.
Wong, L. L. R., Carvalho, J. A. M., Barrios, M. L. e Ferreira, V. C. (2020). Reconstitución de la población menor de cinco años mediante
la ecuación compensadora: Estimación de subcobertura y omisión en el Censo Demográfico brasileño de 2010. Notas de Población, 46(109), 11-39. https://doi.org/10.18356/0083c715-es

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Direitos de Autor (c) 2025 Reinaldo Santos

