Palavras-chave
Jovens sem-sem
Trabalho
Educação
Nordeste
Como Citar
Resumo
Com a diversificação nos modos de realizar a transição à vida adulta é importante considerar, especialmente no Brasil, o papel das desigualdades estruturais, como também das dificuldades dos jovens no mercado de trabalho. Estas perduram e se agravam em certas conjunturas, afetando a transição escola-trabalho e configurando os ‘jovens sem estudo e sem trabalho’, que influenciam outras dimensões da transição. Nesse contexto, este artigo analisa a influência do mercado de trabalho, via taxa de desocupação, nas modalidades de transição escola-trabalho no Nordeste, focando nos ‘jovens sem-sem’. Utiliza-se o modelo Idade-Período-Coorte (APC) com Logito Multinomial, aplicado aos microdados da PNAD e PNADC de 1993 a 2023. Encontrou-se que os jovens com menor rendimento e do rural têm maiores chances para integrar os sem-sem, apesar das chances crescentes para estudo. A incerteza em sua construção biográfica é evidenciada pela relação direta entre a desocupação e as chances de integrar os sem-sem.
Referências
Abramo, H. W. (2005). Condição juvenil no Brasil contemporâneo. In Abramo, H. W., E Branco, P. P. M. (Org.). Retratos da juventude brasileira – análises de uma pesquisa nacional (pp. 37-72). São Paulo: Instituto Cidadania/Fundação Perseu Abramo.
Bell, A. e Jones, K. (2014). Another ‘futile quest’? A simulation study of Yang and Land’s Hierarchical Age-Period-Cohort model. Demographic Research, 30, 333-360.
Bercovich, A. (2004). Onda jovem, mercado de trabalho e violência: um enfoque demográfico. Tese (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas-SP.
Cacciamali, M. C. e Hirata, G. I. (2005). A Influência da Raça e do Gênero nas Oportunidades de Obtenção de Renda – Uma Análise da Discriminação em Mercados de Trabalho Distintos: Bahia e São Paulo. Estudos Econômicos, 35(4), 767-795.
Cacciamali, M. C. e Tatei, F. (2017). Impacto do desemprego e da informalidade sobre a empregabilidade e a renda futura do jovem. Boletim Regional, Urbano e Ambiental (IPEA), 16, 57-70.
Camarano, A. A., Kanso, S., Mello, J. L. e Andrade, A. (2006). Estão fazendo a transição os jovens que não estudam, não trabalham e não procuram trabalho? In Camarano, A. A. (Org.). Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição? (pp. 259-290). Rio de Janeiro: IPEA.
Camarano; A. A., Kanso, S. e Mello, J. L. (2006). Transição para a vida adulta: mudanças por período e coorte. In CAMARANO, A. A. (Org.). Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição? (pp. 95-135). Rio de Janeiro: IPEA.
Camarano; A. A. e Mello, J. L. (2006). Introdução. In CAMARANO, A. A. (Org.). Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição? (pp. 13-28). Rio de Janeiro: IPEA.
Cardoso, A. (2013). Juventude, trabalho e desenvolvimento: elementos para uma agenda de investigação. Caderno CRH (UFBA. Impresso), 26(68), 293-314.
Corseuil, C. H. e Franca, M. (2022). Capítulo 16 - Inserção dos Jovens no Mercado de Trabalho em Tempos de Crise. In SILVA, S. P.; CORSEUIL, C. H. L.; COSTA, J. S. M. Impactos da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho e na distribuição de renda no Brasil (pp. 355-367). Brasília: IPEA.
Diógenes, V. H. D. (2022). Efeitos de idade, período e coorte no consumo de energia elétrica dos domicílios brasileiros no século XXI: uma análise sob a perspectiva da relação população-consumo-ambiente. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós-Graduação em Demografia. Natal.
Fosse, E. e Winship, C. (2019). Analyzing Age-Period-Cohort Data: A Review and Critique. Annual Review of Sociology, 45, 1-26.
Garcia, M. F., Araújo, E. C., Araújo, E. L. e Faustino, I. A. (2012). A Condição do Jovem no Mercado de Trabalho Brasileiro: uma análise comparativa entre o emprego e o primeiro emprego (1999-2009). Revista ANPEC, 13, 481-506.
Guimarães, R. R. M. e Rios-Neto, E. L. G. (2011). Comparação entre metodologias de idade-período-coorte para o estudo de uma medida da progressão escolar no Brasil. Revista brasileira de Estudos Populacionais, 28(2), 349-367.
Hajdu, G. e Sik, E. (2019). Are the work values of the younger generations changing? In O’REILLY, J. et al. (Eds.). Youth labor in transition: inequalities, mobility and polices in Europe (pp. 626-659). New York: Oxford Scholarship.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2023). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2023 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE.
Leccardi, C. (2005). Facing uncertainty - Temporality and biographies in the new century. Young - Nordic Journal of Youth Research, 13(2), 123-146.
Mascherini, M. (2019). Origins and future of the concept of NEETs in the European policy agenda. In O’REILLY, J. et al. (Eds.). Youth labor in transition: inequalities, mobility and polices in Europe (pp. 503-529). New York: Oxford Scholarship.
Mello. J. L. (2015). Jovens em mudança: padronização e despadronização da transição para a vida adulta no Brasil. Tese (Doutorado) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Estudos Sociais e Políticos. Rio de Janeiro.
Oliveira, A. M. H. C. e Rios-Neto, E. L. G. (2004). Modelos idade-período-coorte aplicados à participação na força de trabalho. Revista brasileira de Estudos Populacionais, 21(1), 21-47.
Oliveira, E. L. (2005). Transições: três aplicações a partir de dados das pesquisas domiciliares no Brasil. Tese (doutorado) - Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional - Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.
Oliveira, T. D., Golgher, A. B. e Loureiro, P. M. (2016). Trajetórias de local de moradia, estudo e trabalho dos jovens brasileiros entre 2003 e 2011: uma análise de entropia. Revista brasileira de Estudos Populacionais, 33(1), 31-52.
Pais, J. M., Cairns, D. e Pappámikail, L. (2005). Jovens europeus – retrato da diversidade. Tempo Social, revista de sociologia da USP, 17(2).
Pereira, A. J. S. e Queiroz, S. N. (2023a). Geração que nem estuda nem trabalha no Nordeste brasileiro. Revista Econômica Do Nordeste, 54(1), 67–86.
Pereira, A. J. S. e Queiroz, S. N. (2023b). Quem são os jovens ‘nem nem’ na Região Metropolitana de Fortaleza. Revista da ABET, 22(1).
Pochmann, M. (2007). Situação do jovem no mercado de trabalho no Brasil: um balanço dos últimos 10 anos. São Paulo. Disponível em: https://observatoriodoensinomedio.ufpr.br/wp-content/uploads/2014/04/situac3a7c3a3o-do-jovem-no-mercado-de-trabalho-marcio-pochman.pdf. Acesso em: 23 de março de 2025.
Reguillo, R. (2013). Jóvenes en la encrucijada contemporánea: en busca de un relato de futuro. Debate Feminista, 48.
Remy, M. A. P. A. e Vaz, D. V. (2017). Fora da escola e do mercado de trabalho: o jovem “nem-nem” no Estado do Rio de Janeiro. Revista da ABET, 16(2).
Rocha, E., Costa, J., Silva, C. B., Postruma, A. e Caruso, L. A. (2020). Diferentes vulnerabilidades dos jovens que estão sem trabalhar e sem estudar. Dossiê juventude e trabalho. Novos Estudos CEBRAP, 39(3), 545‑562.
Sánchez, D., Jiménez, C. S. e Barbosa, Y. R. S. (2014). Juventudes rurais: oportunidades para a construção de novos projetos sociais na América Latina. In LABREA, V. V.; VOMMARO, P. (Org.). Juventude, participação e desenvolvimento social na América Latina e Caribe (pp. 85-102). Escola Regional Most/Unesco Brasil. Brasília: Secretaria Nacional de Juventude; São Paulo: Conselho Latino-americano de Ciências Sociais.
Santos; G. P. G., Andrade; F. R. B. e Macambira, J. (2016). Juventudes na sociedade contemporânea: uma discussão sobre políticas públicas e mercado de trabalho. In MACAMBIRA; J. ARAÚJO, T. P.; LIMA, R. A. Mercado de trabalho: qualificação, emprego e políticas sociais (pp. 159-173). Fortaleza: Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT).
Santos, M. M., Queiroz, B. L. e Verona, A. P. A. (2021). Transition to adulthood in Latin America: 1960s-2010s. Revista brasileira de Estudos Populacionais, 38, 1-11.
Shirasu; M. R. e Arraes, R. A. (2020). Avaliação dos custos econômicos associados aos jovens nem-nem no Brasil. Brazilian Journal of Political Economy, 40(1), 161-182.
Silva, A. P. e Lehfeld, N. A. S. (2019). Trabalho e juventude no contexto contemporâneo: reflexões introdutórias. Revista da Faculdade de Direito da UFG, 43, 1-20.
Silva, E. R. A. e Vaz, F. M. (2020). Os Jovens que Não Trabalham e Não Estudam no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. In IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (pp. 105-121). Mercado de trabalho: conjuntura e análise. Brasília: Ipea.
Sousa, M. F. (2018). Uma investigação comparativa sobre os jovens que não estudam e não trabalham no Brasil e em 36 países: características estruturais e conjunturais observadas no período 2001-2016. Dissertação (mestrado) – Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Rio de Janeiro.
Souza E Silva, N. B. (2020). Efeitos demográficos e educacionais no desemprego jovem das Regiões Metropolitanas do Brasil. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional. Belo Horizonte.
Sposito, M. P. (2003). Os jovens no Brasil: desigualdades multiplicadas e novas demandas políticas. São Paulo: Ação Educativa.
Vaz; B. O. E. e Barreira, T. C. (2021). Metodologia de retropolação da pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua de 1992 a 2012. Estudos Econômicos, 51(4).
Vieira, J. M. (2009). Transição para a vida adulta em São Paulo: cenários e tendências sócio-demográficas, Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Campinas-SP.
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Direitos de Autor (c) 2025 Antonia Jaine da Silva Pereira, Silvana Nunes de Queiroz